O livro Modelo de Trabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica, editado pela Lisbon International Press, decorre de um percurso profissional, académico e de investigação, de mais de 30 anos dedicado à enfermagem, da Professora Paula Diogo (ESEL/CIDNUR).
A sua história remonta à experiência clínica da autora em contexto de cuidados a crianças e jovens com cancro, e suas famílias, que a despertou e sensibilizou para a dimensão emocional dos cuidados de enfermagem. Um estudo realizado no âmbito do curso de especialização concluído em 2000, sobre as necessidades da família da criança com cancro, acentuou a sua atenção para com a experiência emocional das crianças e famílias a viverem processos de saúde-doença. Desde então, dedicou-se ao estudo das emoções em enfermagem de saúde infantil e pediátrica. Já em 2005, e no âmbito do curso de mestrado, o seu objeto de estudo foi a experiência emocional dos enfermeiros. E no âmbito do curso de doutoramento, em 2010, o objeto de estudo incidiu no uso nas emoções enquanto instrumento terapêutico na relação de cuidados enfermeiro-cliente pediátrico, do qual emergiu uma hipótese explicativa do trabalho com as emoções em enfermagem pediátrica. Esta teoria de médio alcance revelou um modelo de cuidado – Modelo de Trabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica (TEEP) – que foi desenvolvido durante 10 anos.
O Modelo TEEP organiza a intervenção de enfermagem desde a identificação de uma experiência emocionalmente intensa vivida pelo cliente pediátrico, e que é espoletada por determinadas condições ou situação do contexto de cuidados de saúde, e que também pode ser emocionalmente perturbadora para os enfermeiros; perante tais emoções os enfermeiros mobilizam estratégias com intencionalidade terapêutica que visam “promover um ambiente seguro e afetuoso”, e também “nutrir os cuidados com afeto”, além disso “facilitar a gestão das emoções dos clientes” e “construir a estabilidade na relação”. Por último, mas não menos importante procuram “regular a sua própria disposição emocional para cuidar”. E com esta intervenção conseguem, atenuam a emocionalidade negativa e contribuir para o desenvolvimento e adaptação do cliente pediátrico para um bem-estar emocional.
O conteúdo deste livro está organizado em quatro partes inter-relacionadas. Na Parte I, apresenta a contextualização da génese do Modelo TEEP partilhando alguns momentos-chave da experiência profissional de enfermeira, professora e investigadora, fulcrais na sua trajetória de estudo dos fenómenos emocionais em enfermagem (capítulo 1). Segue-se uma apresentação da investigação que deu origem ao Modelo TEEP (capítulo 2) e a justificação da designação do modelo (capítulo 3). Na Parte II, inclui a consolidação da estrutura teórico-conceptual e sustentação em evidência científica (capítulo 4), além da análise segundo critérios metodológicos (capítulo 5) e também a diferenciação e singularidades do modelo (capítulo 6). Na Parte III, incide na validação da aplicabilidade recorrendo à evidência científica de diferentes naturezas: a reflexão sobre a prática em contexto de formação (capítulo 7), a análise das práticas em contexto de consulta de enfermagem de vigilância de saúde infantil (capítulo 8) e a estudos de abordagem quantitativa e qualitativa em contexto de neonatologia e em situação de pandemia COVID-19 (capítulo 9 e 10). Na Parte IV, conclui a implementação do Modelo TEEP dando enfoque às atividades realizadas e que perspetiva realizar quanto a: formação académica e contínua (capítulo 11), produção e disseminação científica (capítulo 12), definição de estratégias terapêuticas estruturadas em equipa (capítulo 13) e investigação participativa em ação (capítulo 14).
A sessão de autógrafos está agendada para o próximo dia 8 de junho, às 14h00, no Espaço Atlântico (pavilhões H22, H23, H24, H25, H26), na Feira do Livro de Lisboa.
Estão tod@s convidad@s!